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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O último poema {..} - Parte 2.

      - Oi Savannah.
      Pareceu tão seca sua voz, queria sumir, e tentei fazer de tudo para que minha voz não saisse como um sussurro quando o comprimente: 

      - Oi Justin.

      Tentativa de ser o mais forte possível ao falar "Oi Justin", não sucedida; vi em seus olhos deboche.
      - Nos vemos na aula, meninas. - Ele disse, saindo, e juro que pude ver em seu rosto um pequeno sorriso ao ir embora.
      - Ele ainda estuda? - perguntei a Alice.
      - Não, ele não estuda mais, já esta formado.  Um verdadeiro poeta laureado. - Ela mordeu os lábios, e eu ri baixo.
       - Eu já devia está formada, tenho quase a mesma idade que Justin... - Falei involuntariamente.
      - Você não disse a ninguém porque se mudou pra NY, somente se mudou... - Falou Alice triste. - Perdeu o contato com todos nós... - a interrompi.
      - Eu sei, acredite, eu tive meus motivos, e agora estou de volta. - Disse seca, me virei para ela e disse: - Me ajude, tenho que achar meu armário aqui..

      Ah que maneiro, não mudou muita coisa por aqui, continua a mesma fofura se sempre!

       - Ih, tá viajando, né? Ainda não perdeu esse vicio. - Disse Alice que ainda se encontrava do meu lado. Ela devia está me achando uma idiota, com a cara que estava fazendo.
      Sorri em graça e falei: - É né, não perco esse vicio.  - Ela olhou para um relógio da parede, e com um rosto de assustada ela disse: - Estamos atrasada para a aula de teatro. - Ela já estava me puxando pelos corredores, dizendo: - Vamos, corra! Justin odeia atrasos.

       Naquele momento, parei no corredor.

       - Mais o que? Justin Drew Bieber é o professor de teatro?
       - É, eu não contei? - Ela perguntou como se fosse obviou.
 Quis dizer: - NÃO! VOCÊ NÃO DISSE QUE O MEU EX-NAMORADO, GATO E APARENTEMENTE REVOLTADO COMIGO É MEU PROFESSOR DE TEATRO! - Mais eu disse: - Não, você não disse não.

       Voltamos a correr no corredor, a caminho a minha primeira aula de teatro. Não estava com pressentimento bom com isso não... Estava fazendo Teatro II na South Intermediate High School, na época em que fui para NY, então, não, eu não tinha problema nenhum em atuar, até gostava de um drama (no palco, não fora dele). Tá, isso não fazia de mim a melhor atris do mundo, mais dava pro gasto. Ao entrar na sala com Alice, parei ainda perto da porta para decidir onde me sentar, sem a menor intenção de interromper Justin (Professor Bieber?) no meio de sua palestra sobre peças de Shakespeare.
       - Aqui na frente tem cadeiras livres, Savannah e Alice - Justin falou sem sequer olhar em minha direção, com um tom ligeiro, Professional e um tanto entediado. Soou como um professor de cinquenta anos, velho e ranzinza.
       Andei pelo corredor de meio da sala de pressa, sentei em uma cadeira não exatamente na frente. Cumprimentei Joan, com a cabeça, um menino que conhecia antes de me mudar, e ele com um sorriso grande falou um "Oi" sem mexer os lábios.
       - Oi. - Respondi lhe dando um belo sorriso.
       - Ah, sim excelente, obrigado por se oferecer, Savannah.
       - Ahn? - Olhei para Justin confusa.
       Havia um sorriso frio em seu rosto. Seus olhos exibiam um tom de castanho frio.
       - Você estava falando, então pensei que estava se oferecendo com voluntaria para a leitura e interpretação de Shakespeare comigo.
       Engoli em seco.
       - Ah. Bem. Eu... - Pensei e falar "Não, obrigada, só estava dizendo Oi para o colega do lado" mais quando olhei para Justin, vi que seu olhar passou a transmitir zombaria, como se tivesse esperando que me acovardasse como uma topeira gigante.  Mudei de ideia. Então limpei a garganta e disse: - Sim, eu adoraria.
       O rápido clarão se de surpresa fizeram os olhos de Justin se arregalarem, o que me deu orgulho. Que logo acabou quando sua voz seca ecoou em minha mente: - Então suba aqui e pegue sua copia da cena.
       Ah, droga, foge Savannah, isso não tá com uma cara boa!
       - Tudo bem. - Justin continuou comigo, ao lado dele no palco.
       - Como estava falando antes de Savannah chegar atrasada e interromper a improvisação de Shakespeare é uma ótima maneira de se exercitar a construção de um personagem. É incomum, sim, porque Shakespeare não é objeto de improvisação. Rasão pela qual, mudar senas famosas pode ser bem interessante. - Disse ele apontando para mim um texto bem curto, que segurei com a mão suada de nervoso. - Este é o começo de uma sena entre Othello e Desdêmona...
       - Vamos fazer Othello? - Perguntei com uma voz quase falha.
       - Sim. - Ele me olhou nos olhos. - Algum problema?
       Sim!
       - Não. - Menti. - Só perguntei.
       Ah meu deus! Ele ia me fazer improvisar uma das senhas de amor de Othello? Eu não sabia se eu estomago dava voltas por querer ou não querer aquilo.
       - Ótimo, você conhece a historia da peça, certo?
        Fiz que sim com a cabeça. É claro que eu conhecia. Othello, o Mouro (também conhecido por ser negro) se casa com Desdêmona (uma moça de pele muito branca). Eles vivam um amor intenso até Iago, um mau-caráter que tinha inveja de Othello, resolve forjar uma traição da parte de Desdêmona. Othelo termina estrangulando ela até a morte.
         - Ótimo. - Concordou ele. - A cena que vamos improvisar é a do final da peça. Othello confronta Desdêmona. Vamos começar lendo o texto real. Quando eu perguntar se você rezou, é a deixa para improvisar. Então entre na trama, mais com o linguajar atual. Entendeu?
        Finalmente eu tinha sacado!
        - Aham.
        - Muito bem, vamos começar.
        Então, Justin Bieber encorporou o personagem, de costa para mim ele começou a recitar o texto de Othello. Reparei que ele havia largado o papel. Estava falando o texto só de memoria.

Esta é a causa, esta é a causa, minh'alma;
que eu não lhe diga o nome, modesta estrelas,
esta é a causa. Não vou derramar o sangue dela,
nem deixarei marcas naquela pele mais branca que a neve...

       Então Justin se voltou para mim e mal consegui pensar quando ele colocou suas mãos em meus ombros, o segurando firme.

... Eu não sei onde se encontra aquele calor de prometheu
que vossa luz reflete. Quando eu vos tiver colhido a rosa,
não poderei a ela devolver o sopro vital,
ela há de murchar. Vou sentir seu aroma na própria árvore.

       Então, foi para minha completa surpresa que Justin se abaixou e me beijou na boca. Foi um beijo forte e terno, uma mistura quente de paixão com traição e raiva. Parecia que ele não queria mais tirar os lábios dos meus. Ele me deixou sem ar. Fez minha cabeça girar.
       Eu queria taaaaaaanto voltar a namorar com ele!
       Eu me recompus quando ele dizia a fala que terminava para eu começar a minha.

O pranto me virá, mas serão lágrimas de crueldade. Esta tristeza é celestial, ela dói onde doía o amor. Ela desperta.

       - Quem está aí? Othello? - olhei do papel para Justin, piscando meus olhos, tentando parecer que o beijo me despertou.
       - Sim, Desdêmona.
Ah minha nossa! Não acreditei na fala que deveria falar a seguir. Engoli em seco, o que me fez soar arfante.
       - Estás a vim para a cama, my lord?
       - Já rezastes esta noite, Desdêmona?
       O rosto lindo de Justin ficou completamente amedrontador, que nem precisei representar para transmitir pavor.
       - Sim, my lord - Falei, pondo fim ao texto que Justin me deu. Hora de improvisar, Savannah.
       - Ótimo, vai precisar esta de alma limpa para o que vai te acontecer essa noite. - Ele improvisou, ainda parecendo Othello, enlouquecido de ciúmes.
       - Não sei o que está falando, querido. - Improvisei. Apenas me esquecendo da aula de teatro e dos olhos nós observando. Apenas via em minha frente Justin, como Othello, e sabia do medo de Desdêmona ao pensar em perder Othello.
        - Pense bem! - Disse com o maxilar trincando. - Se tiver de pedi perdão, que seja agora, antes do que vai lhe acontecer essa noite.
        Ele estava cravando os dedos em meus ombros com tanta força que eu sabia que iriam deixar marca, mais não dei para trás. Fiquei apenas olhando naqueles olhos castanhos, que conhecia tão vem, procurando encontrar o Justin que conhecia e que ainda espero que sinta algo por mim. Deixei cair o papel de minhas mãos dormentes.
        - Não sei o que quer que eu diga! - Gritei, tentando me lembrar de que Desdêmona não tinha culpa de nada.
        - A verdade! - Disse com furia nos olhos. - Quero que admita que me traiu.
       Continuei calada, então senti suas mãos deslizando pelos meus ombros, indo para o pescoço, e eu sentia minha pulsação disparar como asas de um pássaro batendo freneticamente.
       - Mais não o traí. - Disse com olhos molhados de lágrimas.
       Seus dedos foram se fechando em meu pescoço, e vi que ele também estava com olhos molhados de lágrimas. - Você mente!
       - Não my lord! E eu quero seu perdão e...
       - Perdão! - Ele berrou, me interrompendo. - Como posso perdoar? Eu te amava, e você me traiu com outro!
       - Tudo mentira. - Além de esta tentando me prender ao drama de Desdêmona, também estava falando a verdade sobre minha vida real, minha e de Justin.
       - Admite então que não fez outra coisa a não ser mentir o tempo todo? - Seus dedos apertaram meu pescoço.
       Engasguei.
       - Não querido, esta entendendo errado. Não errei com você, não por que quis.
       - Não cansa de mentir, Desdêmona? É tarde demais.
       - Me perdoe! Me dê outra chance!
       Notei que o rosto de Justin foi tomado por várias emoções, percebi raiva, ódio, tristeza... Mais também percebi uma ponta de esperança em seus olhos castanhos.
       Tudo isso foi logo tomado, restando só raiva.
       - Não! Você agiu como uma prostituta! Agora vai ganhar o que merece.

       Com um olhar estremamento assustador ele se agitou ainda mais sobre mim. Ele se aproximou, tirou uma de suas mãos do meu pescoço para poder me prender junto ao seu corpo. Suas mãos são grande. Apenas uma só delas quase dá a volta em meu pescoço. Quando ele o apertou, nossos corpos se comprimiram, um contra o outro e eu pude sentir um louco desejo por Justin. Eu olhei em seus olhos, sentindo o horror de Desdêmona misturado com minha própria paixão, e senti pela dureza de seu corpo que ele estava sentindo o mesmo que eu. Ele era Othello, doido de raiva e ciume, mais também Justin. O cara que se apaixonou por mim um dia, e que eu magoei sem querer.
       Seu rosto estava tão perto do meu que dava para mim sentir sua respiração, junto do cheiro da sua pele. Seu cheiro ela familiar, e foi essa familiaridade de que me fez decidir.
       Ao invés de afastar ele de mim (como qualquer pessoa que estaria sendo estrangulada, tentaria), ou fingir "desmaiar" em seus braços como ele estava pensando que iria fazer e fingir está morta, eu o abracei e o puxei pra mim, diminuindo a distância. O beijei. Pus toda minha dor e minha paixão naquele beijo. Sua boca se abriu pra mim, correspondendo com a mesma paixão e dor. O mesmo amor que comecei a sentir agora.
       Então tocou a porra do alarme, anunciando o fim da aula de teatro.

Continua! 

E aí, tá ficando boa? Continuo com 5 comentários (de pessoas diferentes) porque eu tenho que escrever ú_u'
Desculpem a demora pra postar. Capitulo inspirado em um dos livros da série: House of night.

8 comentários:

  1. Ta perfeito Chris!! Voce escreve super bem!! . IvnaP.

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  2. Fala sério que perfeição. continua. beijoos..

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  3. aain, tá perfeito. (: coontinua!
    Amoor, ajuda a divulgar meu blog? comecei a postar a pouco tempo - http://imaginebelieverjb.blogspot.com/ - fico agradecida, bjos!

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  4. Awn que perfeitoooooooooo
    continua, muito muito muito muito muito bom
    Se poder leia :
    www.imaginebeliebervc.blogspot.com

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  5. Alcaçus escreve logo o próximo porque eu to curiosa u_u Adiós -v-

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  6. LEITORA NOVA AQUI u_u
    * JOGA CABELO * KKK
    Amei =] continua ? Aqui amr, tem como você me indicar ? >>http://jb-imagine-belieber.blogspot.com.br/<< criei ela à alguns dias atrás (: Obrigada

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